“No conforto pobrezinho do meu lar,
Há fartura de carinho
A cortina da janela e o luar,
Mais o sol que bate nela
Basta pouco, poucochinho pra alegrar
Uma existência singela
É só amor, pão e vinho
E um caldo verde, verdinho
A fumegar na tijela…”
In “Uma casa portuguesa”
(Letra de Reinaldo Ferreira e Vasco Matos Sequeira, música de Artur Fonseca e interpretação por Amália Rodrigues)
Esta sopa tradicional de Valença do Minho é consumida ferozmente por altura dos Santos Populares e com frequência em festas que se prolongam pela noite dentro. Como a passagem de ano, casamentos, churrascadas, aniversários ou até mesmo piqueniques, uma espécie de “cura” de fim de noite para os excessos.
Feito com ingredientes simples, tanto este caldinho como a canja de galinha fazem parte do receituário milagroso das avós e é uma verdadeira comida de conforto.
A fórmula simples do caldo mantem-se mas passa de sopa do pobre a caldo do nobre! E para isso faz-se acompanhar de rodelas de chouriço (cozido à parte), um fio de azeite e algumas fatias de broa.
Em 2011 foi considerada uma das 7 maravilhas gastronómicas de Portugal e até já tem um festival em Penafiel, realizado em sua honra.
Vamos fazer um caldo verde, verdinho?
(receita de caldo verde para 4 pessoas)
Ingredientes para esta receita:
– 10 batatas de tamanho médio; Para acompanhar (opcional): – 1 chouriço, cozido e cortado em rodelas; |
*Couve galega ou couve ratinha é uma espécie de couve típica do norte de Portugal (Valença) e Espanha (Galiza), as folhas são ligeiramente onduladas na ponta, de tom verde-escuro e sabor muito característico. Normalmente encontram-se à venda nos mercados tradicionais em molhos pequenos mas podes substituir por couve portuguesa.
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(Desde que me lembro sempre existiu na horta da minha mãe)
Como preparar:
Lava, descasca e corta as batatas para uma panela. Ahh!!! E aproveita as cascas para fazer uns snacks para o lanche.
Adiciona a cebola, o alho, o caldo de galinha e completa com água até cobrir as batatas por completo.
Leva a lume brando e deixa cozinhar até que as batatas se desfaçam. Entretanto lava as couves, seca com papel absorvente e corta em juliana fininha.
Nota: Se utilizares caldo verde previamente cortado, lava, escalda com água a ferver por 10 minutos, volta a lavar e só depois se utiliza. As folhas utilizadas costumam ser mais rijas e por isso precisam deste passo extra.
Retira a sopa do lume, tritura com o auxílio da varinha mágica e se necessário acrescenta água ao caldo (a quantidade depende da consistência que se pretende).
Leva ao lume e assim que levantar fervura, tempera com sal, adiciona um fio de azeite, as couves e deixa cozinhar. Mexe ocasionalmente pois o caldo tem tendência a agarrar ao fundo do tacho.
Quando a couve mudar de cor é sinal de que está cozida, desliga o lume, tapa o tacho e deixa repousar pelo menos 15 minutos antes de servir.
Para servir da forma tradicional coloca três rodelinhas de chouriço numa tigela, rega com um fio de azeite extra virgem e verte a sopa quente, por cima. Acompanha com fatias finas de broa.
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Caldo verde
Outras sugestões:
– Jaquinzinhos (pilim, carapaus) fritos com arroz de tomate;
– Pataniscas de bacalhau;
– Rissóis de peixe.
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